quarta-feira, 24 de março de 2010

A minha amizade com a China!

As pessoas são muitas vezes o reflexo da cultura onde nasceram e cresceram.


Há dois anos conheci o Liu, um rapaz chinês que veio viver para Portugal com a sua família. A pouco e pouco, comecei a descobrir a sua personalidade e como esta é marcada pela sua cultura. O Liu deu-me a conhecer muita da sua cultura e muitos dos seus valores característicos da sociedade em que cresceu.

Na turma todos reparamos que o Liu era extremamente aplicado e esforçado na escola, apesar das dificuldades linguísticas nunca desistiu e no final do 9ºano sabia a gramática portuguesa na perfeição. As suas capacidades matemáticas mostram como foi alvo de um ensino bastante rigoroso.

Uma vez ele disse-me com um ar muito satisfeito “Eu aqui só estudo duas horas por dia!”, e eu perguntei quantas horas é que ele estudava na China. O Liu explicou-me que na China a escola é bem diferente daqui. Os alunos passam toda a semana na escola, dormem lá, comem lá e só têm oportunidade de estar com a família ao fim-de-semana. Passam a maior parte do dia em aulas ou a estudar, tendo pouco tempo para relaxar.

O povo chinês é extremamente orgulhoso, regem-se pela excelência e disciplina. Têm também muito amor ao seu país, tradições e valores. Mesmo estando longe de casa, o Liu mostrava muito afecto pela sua pátria, notei muito o seu orgulho em ser chinês aquando dos Jogos Olímpicos na China.

O Liu fez muitas amizades na escola sempre foi bastante prestável com toda a gente, mas nunca foi uma pessoa muito aberta nem afectuosa. A pessoa da família com o qual ele é mais ligado é a sua irmã. Talvez por ter passado a maior parte do tempo na escola e porque os seus pais trabalhavam muito, o Liu nunca demonstrou laços de afecto com eles, tendo mesmo dito que não gostava do pai, porque nem sequer o conhecia bem apesar de ter vivido com ele.

Também achei bastante engraçado o facto de que os sites chineses que ele me mostrou, serem uma imitação de muitos outros programas! Os chineses têm muita perícia e como podemos ver, estão actualmente a apoderar-se dos mercados internacionais.

O Liu também me contou que na China as pessoas não decoram tanto as casas como nas sociedades ocidentais, “Na China isso é só para os ricos!” dizia ele. Os chineses dedicam-se bastante ao trabalho e dão menos importância ao lar e à família do que a nossa sociedade. No entanto, preservam muito a suas tradições bem como o passado do seu país.

Posso não ter ido à China, mas vi numa pessoa um Mundo diferente.

Zài jiàn!
(adeus)

Mariana Almeida Nº15 10ºC

terça-feira, 23 de março de 2010

O Japão …

Aqui estou eu, um português curioso pelas novas e diferentes culturas no mundo. Neste momento encontro-me no Japão. Á medida que vou andando pelas ruas de Tóquio, vou descobrindo que aquilo que idealizava ser um país insular cheio das tradições e costumes que eu mais admirava, é agora um país onde várias culturas estrangeiras estão presentes em todo lado. Aquele país que era conhecido pelo budismo, pelas suas artes, pelas técnicas artesanais como bonsai e origami, pela perfeição e respeito que era imposto na educação, pela arquitectura, pela música sangen, pela gastronomia e pelas tradições como as cerimónias de chá, o sento e onse, está um pouco esquecido e escondido atrás de todas as outras influências de outros países, mais directamente os Estados Unidos da América. Os vários arranha-céus, o vestuário, fast food, a música contemporânea ocidental adoptada após a segunda grande guerra, a passagem das pinturas tradicionais para as chamadas mangas e o estilo de vida que as pessoas levam diariamente, são alguns dos exemplos da enorme globalização que mais tenho visto neste país, por vezes chamado filho do EUA. Porém estas grandes influências apenas fizeram com que a sociedade adoptasse outro estilo de vida e outros costumes, pois a maioria da população faz questão que a cultura tradicional japonesa não fique esquecida no passado, tentando preserva-la ao longo dos tempos, fazendo passar de geração em geração todas as historias e costumes, mesmo que essas não sejam praticados. Embora esta belíssima cultura tradicional japonesa não tenha a devida importância para o povo deste país, fico feliz apenas por saber que não a deixam esquecida na história.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Qual a minha posição face à eutanasia?

Terá o Homem o direito de decidir sobre o fim da sua vida? Porquê? Não será isso um pretexto para matar deliberadamente? Não será isso um ataque ao valor da vida?

Segundo o meu ponto de vista, concordo com que as pessoas possam optar ou não pela prática da eutanásia. Antes de mais, convém explicitar que a eutanásia é um conceito que engloba um sentido completamente diferente de suicídio e homicídio. Este processo é apenas uma maneira de facilitar algo que por natureza seria um processo lento e doloroso ao invés de um término de vida indolor e digno. Por outro lado, penso que o suicídio e o homicídio é um desvalorizar da vida, um ataque a esta, uma vez que por mais dificuldades, problemas, conflitos que tenhamos, não devemos acabar com esta. Saliento que não é isto que acontece com a eutanásia, visto que esta não é a procurada morte, mas sim a procura de uma resposta mais digna, face ao aparecimento da morte num processo lento e doloroso.
Deste modo, podemos concluir assim que a eutanásia não é um atentado à vida, mas sim pelo contrário, um querer de uma continuação de vida mais digna.


Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espeço, a figura dela

Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,

E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.

Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,

E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.

Amar é pensar.

E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.

Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.

Tenho uma grande distracção animada.

Quando desejo encontrá-la

Quase que prefiro não a encontrar,

Para não ter que a deixar depois.

Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela.

Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.



Alberto Caeiro





Fernando Pessoa escreveu este poema e assinou com o nome de um dos seus heterónimos, Alberto Caeiro. Referindo-se a uma mulher que lhe tira o sono, Alberto Caeiro vê este “ela” de muitas maneiras menos a verdadeira, e ele transforma-a à sua semelhança, só consegue pensar que amá-la é tê-la no pensamento e idealiza-a à sua maneira. De tanto pensar nela ele já não sente, só pensa. Este misto de emoções leva o poeta a não nutrir qualquer sentimento por ela, mas trazê-la sempre no pensamento. Escolhi este poema por mostrar que muitas das vezes, os pensamentos que formamos de alguém não passam disso, são mais fortes do que o sentimento na realidade.

Amor

Pensando bem nos sentimentos que esta palavra me transmite não chego a nenhuma conclusão do significado da palavra em si. Sei que é um sentimento e que muitas pessoas já tiveram o privilégio de o sentir.

Seja amor conjugal, amor mãe-filho, não acredito que o amor se construa, pode ser uma ideia errada, mas é um sentimento que surge naturalmente e sem aviso prévio, confundido com paixão ou com afecto, muitas vezes, mas dentro da complexidade deste sentimento é que deve estar a paixão e o afecto, incluídos.

Acredito que um amor platónico tem o seu quê de verdadeiro, porque este bicho-de-sete-cabeças que me amedronta, torna o sentimento verdadeiro porque à distância significa que não há interesses juntamente com o amor. É muito surpreendente quando dou por mim a pensar que sou egoísta demais para acreditar que algum dia serei capaz de abdicar de algo para sentir, sem receber na em troca, amor. Seja à distância ou perto, é assustador pensar que sentir isto pode ser possível. Se tantas pessoas o anseiam e o esperam, é porque é um sentimento bom, e não quero pensar que sofrer é amar, não aceito que sacrificarmo-nos seja amor de verdade, assim será apenas uma ilusão.

O exterior, o olhar, o sorriso, faz florescer uma chama e encanto efémero, e se passado algum tempo se se perde este encanto, é porque não era amor, era fogo-de-vista que iludiu e ilubriou muito bem o sujeito.

Não há amor sem respeito, e vice-versa. Não há amor sem afecto. Não há amor sem amor-próprio. Depois do amor, há sim uma enorme felicidade, que foi construída com muita prudência, mas ainda assim não acredito que para amar se possa ser racional. Porque ou se ama ou não, e no fundo o amor só é traído quando o respeito e tudo o que referi anteriormente, não existem.

Quando este sufoco, ao ver a pessoa amada, não é controlado; quando não é preciso ter a pessoa presente para visualizar todos os pormenores do seu rosto; tudo o que se diz sem sentido; o sol; as pieguices; o pensamento longe; e o orgulho ferido; quando um objecto insignificante à vista de todos, faz relembrar uma frase ou um gesto eterno; no amor tudo deve e tem de ser possível.

Não concordo totalmente com o heterónimo Alberto Caeiro, que diz que “amar é pensar”, isso continua a ser ilusão do amor. Mas quem sou eu para dizer o que é o amor? Vou tentando descobrir ao longo do tempo, ao longo da vida. E espero que o amor "seja eterno enquanto dure", como escreveu Vinicius Morais. E Miguel Sousa Tavares, escreveu no seu longo livro “Equador” que “Não esperes nunca de mim que eu seja fiel a qualidades que não tenho. O que podes é contar com as que tenho, porque nessas não te falharei nunca”, ilustra muito bem o que se pode e deve esperar do outro. Este outro também o ajuda a melhor as suas relações e atitudes e reparar em coisas que o próprio eu não repara, mas nunca permitir que alguém nos mude ou nos domine, o ser humano é um ser indominável e solto como uma folha ao vento, mas quando é apanhado num furacão como o amor, não resiste, na realidade.

O amor é mais que uma emoção.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O que é o amor?

(no âmbito do Projecto de Educação Sexual (PES)

Definir o amor é uma tarefa difícil de fazer, pois para cada pessoa é diferente a forma de o viver.

O amor é uma atracção mais sentimental, até espriritual ou filosófica. A questão é que é demasiado comum atribuir o nome "amor" a outras atracções ou afectos que não o são verdadeiramente.
O amor é um sentimento puro, às vezes um pouco complexo, mas extremamente verdadeiro! Nasce no mais profundo interior e nunca se sabe quando vai surgir. Chega devagarinho, muitas vezes disfarçado, e instala-se nos nossos corações.

É uma lei da vida à qual não se lhe pode escapar. A força que nos torna guerreiros, a energia que move a humanidade, que a completa. Como dizia Aristóteles "O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a sua função é levar o ser humano à perfeição". Ele tem o poder da transformação.
Contraria as nossas regras, os nossos gostos, leva-nos a fazer coisas que antes seriam ridículas, mas que na verdade nos fazem felizes. Muda os nossos hábitos, faz-nos amar a música lenta, sonhar acordados. Torna adolescentes em adultos e velhos em adolescentes, não existindo regra nem idade , nada para além dele.

O amor ensina-nos a caminhar na companhia de alguém especial, sempre de coração aberto, sem querer nada em troca, apenas doando-nos por se saber que é nesse nobre sentimento que reside a realização dos nossos sonhos e a evolução do ser humano.

É muito bom que ele esteja presente em todos nós, porque é uma forma de dar sentido à vida. Porém, só quem amou de verdade pode compreendê-lo na sua plenitude.


Marisa Ferreira, nº16

quinta-feira, 18 de março de 2010

Amor

O amor é um sentimento muito nobre e forte.
E não existe nenhuma designação certa para definir o amor.
Ser amado ou amar alguém é muito bem, mas para isso tem de se saber se aquele sentimento é mesmo amor, por vezes pensa-mos que amamos alguém, e na verdade não é amor, mas sim, simplesmente gostas como um amigo.
Mas afinal como é que sabemos se é amor ou não?
Esta questão é muito pertinente e difícil de obter uma resposta, pois eu acho, que cada um de nós é que tem de descobrir por si próprio se o que sente é amor ou outro sentimento que se parece com o amor, pois ele é o mais forte de todos.
Agora vou dar a minha opinião ou pelo menos o que acho sobre este assunto.
Na minha opinião o amor é muito forte e bonito, mas para ele ser isso temos de cuidar muito bem dele, lidar ou viver com ele e principalmente respeitá-lo.
Quando suas pessoas se amam de verdade, têm de dar sempre algo sem querer nada em troca. Têm de aceitar o outro com defeitos, se for o caso, e se os tiver não deve nem podem tentar muda-los, para virtudes, isso está errado, nós temos de aceitar o outro com o maior dos defeitos, claro se gostar ou amar essa mesmo pessoa, se não aceitar deve afastar-se ou acabar o namoro se for o cãs, e tem de ser sincero naquilo que vai dizer, pois quando não se aceita não gosta nem ama.
Numa relação ambos têm de ser amigos para ajudar a enfrentar os problemas, dificuldades e apoiar nos momentos menos fáceis que possam existir.
Pode-se dizer que o sentimento – Amor – pode aparecer na adolescência, mas ás vezes não é amor, mas sim uma mera ilusão, ou de passagem, ou seja, são poucos os casos que aparecem, e que se chama amor verdadeiro e que dure muito tempo.
Tenho a certeza que um dia vou conseguir explicar melhor, pois por experiência própria. Até quem sabe mais do que imagino, porque nunca se sabe quando a amor “bate á porta”.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Resumo da aula nº 44

No dia 1 de Março de 2010, aula passada, lição 44, estudamos “a dimensão pessoal e social da ética - o si mesmo, o outro e as instituições” inserida no capítulo 4, ”A dimensão ético-política: analise e compreensão da experiência convencional”.
Aprendemos que o homem é um ser moral, mesmo que essa característica não tenha nascido com ele, mas sim, em concordância com Jean-Paule Sartre, é uma construção contínua e um ser inacabado, que o leva a ter consciência moral, e tornar-se pessoa, um sujeito moral.
Mas esta formação como pessoa necessita da relação consigo mesmo, os outros e com as instituições, como por exemplo, a família, a escola, etc., porque o si mesmo forma-se no contacto com os outros, tendo por base as emoções, para formar de seguida, os sentimentos e afectos, e formular a sua pirâmide hierárquica de preferências e rejeições.
O querer individual depara-se com o querer do outro, deparam-se as necessidades com o dever-ser (Kant), constituídas como ideal pela sociedade. Instala-se assim, um conflito entre o que o que cada um deseja e o que é socialmente exigido.
Estes conflitos interiores dão a consciência do seu eu social, e do sentido da sua liberdade, e assumir uma postura activa, porque se assim não fosse, não se questionasse e fosse mais além, sentiria um vazio.
A competência para fazer juízos de valor, é devido à dimensão moral, tendo a consciência do dever e da deteorética. E a construção do sujeito moral, é feita com o outro (como por exemplo, um pai dar um valor positivo incentivando o filho a tirar boas notas na escola), funcionando como um espelho, vendo-se através do olhar do outro, que nos critica ou elogia, que nos ajuda na construção ou desconstrução do verdadeiro edificador do eu, reflectindo o eu e ter a humildade de corrigir as nossas más acções.

Lemos e analisamos também, um excerto de Críton, (O caso paradigmático de Sócrates), em que Críton, tentava dissuadir Sócrates a fugir da prisão, usando vários argumentos, como, os filhos órfãos que Sócrates deixaria ao abandono e seus amigos. Mas Sócrates, não concorda porque sair da prisão daquela forma seria desrespeitar o dever, que Sócrates tanto dá valor, escutar apenas uma voz, a sua, a da razão e escolher a que lhe parece melhor, não podendo ele rejeitar todos os argumentos defendidos por ele até à dada só por lhe ter acontecido um mal. Estando muito presente a justiça, a prudência e a “razão” e não respondendo à justiça com a injustiça, Sócrates mostra como o dever é muito importante.

domingo, 7 de março de 2010

Resumo da aula nº 43


Na aula passada, enquadrada no capítulo 4, “a dimensão ético-política: análise e compreensão da experiencia convivencial”, falamos na fundamentação da moral.
Começamos por avaliar o que seria mais correcto, “o valor da acção depende do bem ou finalidade que se quer alcançar?” ou “o valor da acção é determinado unicamente pela intenção com que foi praticada?”, ficando a saber que o valor da acção reside na intenção, caso da ética de Kant. Abordamos a teoria clássica, referente a Aristóteles, que defende que todos fazemos parte de um todo social, ou seja, vivemos em sociedade.
Para Aristóteles todas as acções do Homem têm um fim supremo, atingir a felicidade, uma característica natural humana. Para o Homem ser feliz, Aristóteles considera necessárias duas virtudes, a prudência, ou seja, capacidade de pensar antes de agir e escolher os melhores meios para sermos realizados e felizes, e a teorética, capacidade de distinguir o bem e o mal. Admite-se que com a experiência estas capacidades se incorporem no modo de ser de cada pessoa.
Ouvimos a música “esqueci-me lembrar de mim” de Mónica Sintra que conta a história de um amor em que ela deu demais, esquecendo-se de se lembrar dela própria para pensar apenas nele. Vimos então o que Aristóteles dizia quando defendia que devia haver um equilíbrio, tendo como exemplo o amor, não podíamos ser egoístas e esperar que sejam apenas os outros a dar nem dar tudo de nós, perdendo assim a nossa personalidade.
Já na teoria moderna, referente a Kant, defende que cada pessoa tem que se conhecer a si mesmo para depois fazer parte da sociedade. Para Kant o dever moral é ditado pelo sentimento, sociedade, razão e Deus. Na sua ética Kant defende o dever e que é necessária inteligência para combater a tirania, ou seja, é preciso saber muito para depois ensinar aos outros a não serem enganados.
A professora deu então o exemplo de um amigo que trabalhava numa óptica, que por saber que muitas vezes os clientes eram enganados por não saberem como reconhecer uma marca de lentes, lhes ensinou como o fazer. Com a sua inteligência e boa vontade ele combateu a tirania.
Actualmente temos presente a teoria contemporânea, perdem-se os valores e ideais como o optimismo em relação ao futuro, confiança no progresso, valorização da razão e ciência e esperança na construção de uma sociedade justa e feliz, para ficarem valores como descrença quanto ao futuro, valorização do imediato, busca pelo prazer egoísta e indiferença em relação aos outros e às responsabilidades colectivas.
No fim fizemos um exercício sobre as razões do cumprimento do dever.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Revisões

Aristóteles 
  • O fim último das acções humanas é a felicidade ;
  • A felicidade identifica-se com a actividade racional ;
  • A prudência - pensar antes de agir- leva à harmonia nas escolhas ;
  • A felicidade consiste na sabedoria da vida ;
  • Só a investigação filosófica conduz a esta sabedoria de vida ;

Kant
  • A felicidade é algo exterior à razão , é subjectiva ;
  • A acção moral tem por base a boa vontade ;
  • Só as acções por dever ter valor moral ;
  • As acções por dever põem-se-nos pelo imperativo categórico ; 
  • O imperativo categórico ao impor leis universais, constitui o fundamento da autonomia humana ;
  • O agir moral autónomo confere-nos a dignidade

Utilitarismo
  • O valor oral das acções está nas suas consequências e nos seus efeitos práticos ;
  • Bem é aquilo que trouxer maior felicidade global ;
  • O utilitarismo adopta um relativismo ético face à perca de critérios absolutas e universais ;
  • O utilitarismo é um reflexo da tecnicização da produção e da sociedade pós-moderna ;

Imperativo Categórico

     Podemos, portanto, concluir que a moral de Kant é uma moral de intenção, já que o critério mais importante para classificar uma acção é a intenção por parte do individuo de cumprir o que a sua razão lhe ordena , sem se preocupar com as consequências que para a sua felicidade pode ter a realização de uma acção por dever .
      Com base em que lei é que a nossa razão pratica orienta as nossas acções ? Que nos ordena ela ?
      Não nos impõe uma lista de comportamentos proibidos à maneira dos "10 mandamentos". De facto , ela não nos apresenta nem nos impõe , um conjunto de normas a apresentar . Dá-nos uma orientação que devemos cumprir de forma incondicional e independentemente de circunstancias de tempo , lugar , cultura , etc. Kant chamou a esta ordem o imperativo categórico, e formulou-o do seguinte modo : " Age apenas segundo uma máxima tal que possas, ao mesmo tempo, querer que ela se torne uma lei universal ."
       E síntese, podemos considerar a lei moral segundo Kant como : 



Lei Moral


Universal

Absoluta e incondicional

Apodíctica ou necessária

A Prion

Tem de valer para todos os seres racionais em geral , sem excepção

Vale independentemente das circunstâncias, do tempo , lugar, cultura, das situações concretas das consequências da acção

Tem de ser assim e não pode ser de outro modo

Não deriva da experiência. A sua origem está na racionalidade humana.

Principio da Responsabilidade

Hans Jonas


São duas grandes razões que levam Jonas a propor uma nova ética da responsabilidade. Em primeiro lugar a propensão utópica que ele vê nas acções levadas a cabo pela técnica moderna, quer quando esta trabalha sobre a natureza não humana quer sobre a natureza humana, propensão essa que estaria inclusivamente a reduzir a tradicional distância entre questões quotidianas e questões extremas ou entre ocasiões que exigem a vulgar prudência e ocasiões que pedem uma profunda reflexão e sabedoria. De facto, mergulhados num clima de utopismo indesejado e automático, vemo-nos confrontados com alternativas cuja escolha, diz Jonas, requer uma suprema sabedoria, situação que se torna impossível para o homem em geral que não possui tal sabedoria e, principalmente, para o homem contemporâneo que, como se sabe, nega o próprio objecto do saber, isto é, o valor objectivo, a verdade. Jonas não resiste mesmo a assinalar esta suprema contradição: "é quando menos acreditamos na sabedoria que mais dela precisamos"


Em segundo lugar, na medida em que a nova natureza do nosso agir passou a estar directamente relacionada com o raio de alcance dos novos poderes de que passamos a dispor e com o longo prazo dos seus possíveis efeitos, é agora necessário que o homem assuma uma humildade distinta da que antes existia, ou seja, uma humildade já não em face da pequenez de outrora, mas da excessiva magnitude do nosso actual poder que pode ser avaliada em função da enorme diferença que passou a existir entre o nosso real poder de agir e o nosso poder de prever e de ajuizar. Então, perante as amplas possibilidades dos novos processos técnicos, a ignorância das implicações últimas, em si mesma obviamente temível, torna-se ela própria numa razão essencial para que se use sempre de um comedimento responsável nesta matéria e abre o caminho para aquilo a que Jonas chama a heurística do temor.








André Moreira, nº4 10ºC

P.t.t.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O utilitarismo de Staurt Mill

Stuart Mill, filósofo inglês do século XIX, contactou desde cedo com as ideias de Jeremy Bentham, amigo de seu pai e fundador do utilitarismo. Na adolescência manifestou o desejo de modificar o mundo através de reformas sociais e politicas.

Com Conte, fundador do possitivismo, partilhava a ideia de construir uma ciência positiva dos factos sociais que permitisse assegurar a ordem e o progresso da sociedade. No entanto, ao contrário de Conte, o possitivismo de Mill, influenciado pelo espírito científico e empirista inglês afasta-se de qualquer pretensão metafísica de encontrar princípios ou verdades absolutas. Por isso, na sua obra Utilitarismo, argumenta contra a tentativa de fundamentara moral em valores ou princípios absolutos.

As propostas filosóficas de Staurt Mill pretendem afirmar o Homem, os seus direitos e liberdades fundamentais, acreditando que cada individuo se encontra em processode evolução.
A ideia de progressão do espirito humano é central na sua filosofia.