sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Diferenças Culturais

Eu, na Índia…




Acordo com um barulho ensurdecedor de bicicletas a travar e carros a apitar, estava na Índia, mais propriamente Jaipur!

Tinha pernoitado num pequeno hotel perto da minha nova escola, e mesmo em frente ao hotel havia uma pequena avenida, mas sempre com muito trânsito. Não eram apenas carros a circular nessa avenida, para além de carros havia centenas de pessoas a andar de bicicleta, sobretudo homens.

Arrumei-me e desci para tomar o meu primeiro pequeno-almoço indiano. No refeitório havia uma variedade enorme de frutos secos, alguns tropicais e especiarias, uma data de alimentos e pratos que nunca tinha visto, como Gulab Jamun (Bolinhas bolo frito servido com xaropes aromáticos), Poppadum (Bolachas finas feitas de lentilhas).

 Reparei numa coisa que me deixou um pouco enojado, os indianos comiam com as suas mãos direitas, ao fim do meu pequeno-almoço perguntei ao recepcionista se aquilo era normal e ele disse que sim e explicou-me que “ os indianos devem comer usando somente a mão direita, visto que a mão esquerda é usada para propósitos higiénicos e portanto considerada impura. Porém, é aceitável passar pratos ou vasilhas com a mão esquerda...”.

Tinham-me dito que a escola onde ia ter aulas era pequena, mas quando cheguei lá achei a escola enorme, e com razão, porque as turmas tinham mais de 50 alunos. A minha turma tinha exactamente 61 alunos e a maioria rapazes, apenas 7 raparigas pertenciam aquela turma… as raparigas tinham importantes famílias só assim é que puderam ter aulas. Uma mulher na Índia não tem o mesmo valor que em outros países mais desenvolvidos e nunca vai ter os mesmos direitos que o homem, a mulher desde pequena é educada a respeitar o homem, a servi-lo, ser uma boa dona de casa e mãe. Tive aulas em hindu e algumas em inglês infelizmente, apesar de já ter tido alguns anos de inglês não percebi tudo o que diziam, por causa do sotaque…

O meu almoço foi algo muito estranho, a cantina da escola cheirava mal, o almoço cheirava mal e o nome não soava muito bem, mas depois de muito tempo a olhar para a comida provei e adorei, pequenas perninhas de rã com um molho secreto aromático acompanhadas por arroz com pedacinhos de pistácios.
Depois das aulas voltei a pé para o pequeno hotel onde temporariamente residia, e passei por certos bairros muito degradados, com casas de prostituição com raparigas da minha idade ou até mesmo mais novas, casas que vendiam drogas que nem sabia que existiam e por algumas cenas nojentas, como o defecar em público. Fiquei em estado de choque e decidi que no dia seguinte iria a Nova Dheli.



No dia seguinte, não tive aulas por ser feriado hindu e vi o outro lado da Índia, o lado rico, onde arranha-céus reinam o ar e ruas apetrechadas de lojas caríssimas. Muitas companhias estrangeiras estavam lá, até algumas portuguesas.

Agora ali o número de estrangeiros ainda era maior do que em Jaipur, as bicicletas tinham desaparecido e sido substituídas por carros, as mulheres tinham outra feição, transmitiam tranquilidade e felicidade ao contrário das mulheres em Jaipur.
A refeição que tomei em Nova Dheli foi algo menos tradicional e mais fácil para mim e para o meu estômago, comi hambúrguer e batatas fritas “para matar as saudades…”

Conheci mais alguns costumes indianos como por exemplo:
- Para alguns hindus, é um insulto um visitante agradecer pela comida após ter terminado de comer, visto que eles dizem que dizer obrigado é considerado uma forma de pagamento.
- Nunca encostar os lábios a um copo ou a outro “container” segurar o copo um pouco acima da boca e então entornar aos poucos para dentro da boca sem tocar o copo com a boca;


André Moreira nº4   10ºC
Espero que tenham gostado dos meus dois dias na Índia!
P.T.T.

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